O endividamento das famílias brasileiras atingiu níveis alarmantes em 2025, exigindo atenção e ação imediata. Embora o crédito facilite compras, o uso desenfreado do cartão pode se tornar uma verdadeira armadilha financeira. Este artigo apresenta dados recentes, explica riscos e oferece soluções práticas para recuperar o equilíbrio orçamentário.
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC, em maio de 2025, 78,2% das famílias brasileiras relataram ter algum tipo de dívida. Esse índice cresceu em relação a dezembro de 2024 (76,7%) e abril de 2025 (77,6%).
Além disso, o número de famílias inadimplentes atingiu 29,5% em maio de 2025, maior nível desde outubro de 2023. Entre esses, 12,5% afirmaram não ter condições de quitar os débitos, refletindo um comprometimento médio da renda de 30% em abril de 2025.
O estudo aponta que a faixa etária mais afetada está entre 41 e 60 anos (35,1%), seguida por 26 a 40 anos (33,9%), acima de 60 anos (19%) e 18 a 25 anos (11,6%). A maior concentração de endividados ocorre em famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos.
Além disso, 20,5% dos consumidores comprometem mais da metade da renda com dívidas, o que sinaliza risco crescente de exclusão financeira.
O cartão de crédito lidera as causas de endividamento familiar devido aos juros elevados e ao acesso fácil ao crédito rotativo. A ilusão de poder comprar sem limite imediato pode levar ao acúmulo rápido de dívidas impagáveis.
A plataforma Serasa Limpa Nome revelou que, em maio de 2025, o valor médio dos acordos para dívidas de cartão de crédito foi de R$ 839, demonstrando que muitos consumidores buscam renegociação para fugir dos juros abusivos.
Quando as dívidas se acumulam, a consequência imediata é a redução do score de crédito, restringindo o acesso a financiamentos mais baratos. Isso cria um ciclo vicioso em que o consumidor só encontra opções mais caras, aumentando o passivo.
Além disso, 55,4% das famílias possuem entre 11% e 50% da renda comprometida com dívidas, enquanto 15,9% se declaram “muito endividadas”. Esse cenário impacta diretamente na qualidade de vida, elevando o estresse e reduzindo a capacidade de poupança.
O programa Desenrola Brasil trouxe alívio temporário, mas a inadimplência voltou a subir em 2025. Até maio, foram negociados mais de R$ 11,7 bilhões em dívidas, mas permanecem R$ 953 bilhões em ofertas abertas de acordo.
Embora as renegociações ofereçam condições mais vantajosas, muitas famílias ainda sentem a fragilidade financeira, sem saber como retomar o controle do orçamento.
Adotar essas práticas ajuda a construir um histórico de crédito sólido e melhora a saúde financeira a longo prazo.
O endividamento crescente das famílias brasileiras exige atitudes firmes e planejamento. Compreender os riscos foi apenas o primeiro passo. Agora, é fundamental colocar em prática as recomendações, ressignificar o uso do crédito e buscar equilíbrio entre sonhos e realidade financeira.
Ao adotar uma postura proativa, você transforma dívidas em oportunidades de aprendizado e conquista maior liberdade para construir um futuro mais próspero e tranquilo.
Referências