A recente aprovação da Reforma Tributária no Brasil representa uma verdadeira mudança de paradigma para o setor de tecnologia. Com novas alíquotas e obrigações acessórias, empresas e profissionais precisarão se adaptar a um cenário mais complexo a partir de 2026.
A transição envolve não apenas cálculos fiscais, mas também decisões estratégicas fundamentais para garantir competitividade e sustentabilidade no mercado interno e externo.
O setor de tecnologia no Brasil abrange desde pequenas startups até grandes empresas de software e consultorias de TI. Desenvolvedores, programadores e analistas de sistemas compõem a força de trabalho que impulsiona inovações em todas as esferas da economia.
Com bilhões de reais em movimentação anual e forte expansão nas exportações, o segmento se consolida como um dos pilares do desenvolvimento nacional. A busca por soluções ágeis e escaláveis mantém o setor em constante evolução.
Até 2025, as empresas de TI recolhem três tributos principais: ISS, PIS e Cofins, resultando em uma carga média de 8,65% para quem está no Lucro Real ou Presumido. Profissionais PJ no Simples Nacional costumam ter alíquotas ainda menores.
As exportações de serviços de TI já gozam de isenção, estímulo essencial para a internacionalização de empresas brasileiras, que conquistam clientes em diversos continentes.
A partir de 2026, ISS, PIS e Cofins serão substituídos pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), no formato de IVA. Essa alteração visa unificar e simplificar a tributação, mas traz alíquotas significativamente maiores para TI.
Esse novo modelo trará elevação brusca da carga tributária para empresas fora do Simples Nacional, exigindo atenção redobrada em planejamento financeiro e fiscal.
Empresas no regime Lucro Real ou Presumido verão sua carga saltar de 8,65% para quase 28%. Startups e pequenas techs podem enfrentar redução drástica na margem operacional, mesmo com o creditamento parcial.
Embora o crédito tributário mitigue a cumulatividade, prestadores de serviços puros — sem grandes aquisições de insumos — dificilmente compensarão totalmente o aumento.
Para atender às novas exigências, será necessário atualizar sistemas de gestão e contabilidade. Os ERPs precisarão suportar novos leiautes de NF-e, com campos para CBS, IBS e o novo Imposto Seletivo.
É fundamental investir na modernização dos sistemas de gestão fiscal e na integração completa entre sistemas e contabilidade para garantir conformidade desde outubro de 2025.
Apesar dos desafios, surge uma onda de oportunidades. A demanda por tecnologia e inovação deve crescer, especialmente para empresas que oferecem soluções de compliance e automação tributária.
Startups focadas em crédito tributário e integração de dados fiscais podem se beneficiar do cenário de transformação, atendendo a um mercado ávido por eficiência e redução de erros.
O principal risco é a perda de competitividade em relação a países com regimes tributários mais atrativos. A redução de margem pode levar ao repasse de custos ao cliente final e à dificuldade de expansão internacional.
Para enfrentar esse novo cenário, é imprescindível um planejamento estratégico para o aproveitamento máximo dos créditos e a escolha do regime tributário mais vantajoso.
Preparar-se antecipadamente é a chave para transformar dificuldades em oportunidades, garantindo que o setor de tecnologia continue a prosperar e inovar, mesmo diante de um ambiente fiscal desafiador.
Referências