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Indicadores do agro reforçam peso do setor no PIB

Indicadores do agro reforçam peso do setor no PIB

28/06/2025 - 14:05
Bruno Anderson
Indicadores do agro reforçam peso do setor no PIB

O agronegócio brasileiro vive um momento histórico, projetando fechar 2025 com a participação mais alta no Produto Interno Bruto em duas décadas. Esse protagonismo reflete resultados recordes e desafios futuros que moldarão a economia nacional.

Panorama histórico e participação atual

Segundo levantamento da CNA e do Cepea, o setor agropecuário responderá por 29,4% do PIB nacional em 2025, atingindo R$ 3,79 trilhões. É a maior marca desde 2003, quando alcançou 30,4%. Em 2014, o ponto mais baixo recente, o agronegócio representou apenas 18,6%.

Em 2024, face à quebra de safra especialmente de soja e milho, o setor recuou para 23,5%, mostrando a sensibilidade da produção às oscilações climáticas e de mercado.

Crescimento recorde em 2025 e causas

  • Supersafra de grãos com produtividade elevada.
  • Condições climáticas favoráveis e supersafra recorde.
  • Avanços em tecnologia e genética de sementes.
  • Investimentos públicos e privados robustos.
  • Demanda interna e externa aquecida.

No primeiro trimestre de 2025, a agropecuária saltou 12,2%, impulsionando o PIB total em 1,4%. No acumulado de quatro trimestres, o avanço somou 3,5%, com o setor passando de 6,7% para 7,4% na composição global.

Metodologias de cálculo: IBGE vs. CNA/Cepea

O IBGE contabiliza o valor gerado dentro da porteira, computando apenas a produção primária. Já a CNA/Cepea inclui toda a cadeia, da produção à industrialização e ao comércio, resultando em uma participação entre 23% e 29%.

Essa inclusão de toda a cadeia produtiva evidencia o impacto real do agro na economia, integrando fornecedores, indústrias de insumos, transporte e comércio exterior.

Fatores de impulso do agronegócio

  • Clima favorável com chuvas bem distribuídas.
  • Inovação e tecnologia na agricultura de precisão.
  • Políticas públicas robustas e crédito rural.
  • Integração com cadeias globais de exportação.
  • Logística e infraestrutura em expansão.

O Plano Safra 2024/2025, com aporte de R$ 400,59 bilhões, destinou 85% ao agronegócio e R$ 76 bilhões à agricultura familiar, fortalecendo a base produtiva e a inclusão social no campo.

Impactos econômicos e sociais

O dinamismo do agro reflete-se em outros setores: a indústria de máquinas e equipamentos rurais triplica encomendas, e o segmento de serviços vê crescimento em transporte, armazenagem e comércio de insumos.

Com o mercado de trabalho aquecido, o consumo interno subiu 1%, enquanto os investimentos cresceram 3,1%, criando um ciclo virtuoso de renda e oportunidades nas regiões rurais e capitais.

Investimentos públicos e políticas

Além do Plano Safra, programas de pesquisa e extensão rural ampliam a adoção de práticas sustentáveis. Parcerias com universidades e centros de pesquisa garantem avanços em biotecnologia, recuperando áreas degradadas e reduzindo o uso de recursos hídricos.

Cidades do Centro-Oeste e do Mato Grosso consolidam-se como polos de inovação, atraindo startups e investimentos em agritech, reforçando a vocação agrícola nacional.

Desafios e sustentabilidade futura

Apesar dos resultados, o setor enfrenta custos de produção elevados e pressões ambientais, além de riscos climáticos persistentes e flutuação de preços internacionais.

Para manter a competitividade, produtores investem em manejo sustentável, certificações socioambientais e diversificação de culturas, equilibrando produtividade e conservação.

Perspectivas pós-2025

O horizonte aponta para maior digitalização, com drones, sensores e plataformas de análise de dados integrando cadeias produtivas. A diversificação em biocombustíveis, agroflorestas e economia circular ganha força, ampliando as fontes de renda.

O Brasil deve consolidar sua posição como líder global em alimentos, fibras e bioenergia, exigindo políticas de longo prazo que incentivem inovação, infraestrutura e responsabilidade socioambiental.

Considerações finais

O agronegócio brasileiro demonstra, em 2025, seu maior peso na economia nacional dos últimos 22 anos. Essa trajetória reflete esforços conjuntos de produtores, governo, pesquisadores e investidores.

Enfrentar desafios exigirá equilíbrio entre produtividade e sustentabilidade, além de visão estratégica para manter o setor como motor de crescimento e desenvolvimento social, consolidando o Brasil como protagonista no cenário global.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson, 30 anos, é redator no inteligentes.org, especializado em finanças pessoais e crédito.