O agronegócio brasileiro vive um momento histórico, projetando fechar 2025 com a participação mais alta no Produto Interno Bruto em duas décadas. Esse protagonismo reflete resultados recordes e desafios futuros que moldarão a economia nacional.
Segundo levantamento da CNA e do Cepea, o setor agropecuário responderá por 29,4% do PIB nacional em 2025, atingindo R$ 3,79 trilhões. É a maior marca desde 2003, quando alcançou 30,4%. Em 2014, o ponto mais baixo recente, o agronegócio representou apenas 18,6%.
Em 2024, face à quebra de safra especialmente de soja e milho, o setor recuou para 23,5%, mostrando a sensibilidade da produção às oscilações climáticas e de mercado.
No primeiro trimestre de 2025, a agropecuária saltou 12,2%, impulsionando o PIB total em 1,4%. No acumulado de quatro trimestres, o avanço somou 3,5%, com o setor passando de 6,7% para 7,4% na composição global.
O IBGE contabiliza o valor gerado dentro da porteira, computando apenas a produção primária. Já a CNA/Cepea inclui toda a cadeia, da produção à industrialização e ao comércio, resultando em uma participação entre 23% e 29%.
Essa inclusão de toda a cadeia produtiva evidencia o impacto real do agro na economia, integrando fornecedores, indústrias de insumos, transporte e comércio exterior.
O Plano Safra 2024/2025, com aporte de R$ 400,59 bilhões, destinou 85% ao agronegócio e R$ 76 bilhões à agricultura familiar, fortalecendo a base produtiva e a inclusão social no campo.
O dinamismo do agro reflete-se em outros setores: a indústria de máquinas e equipamentos rurais triplica encomendas, e o segmento de serviços vê crescimento em transporte, armazenagem e comércio de insumos.
Com o mercado de trabalho aquecido, o consumo interno subiu 1%, enquanto os investimentos cresceram 3,1%, criando um ciclo virtuoso de renda e oportunidades nas regiões rurais e capitais.
Além do Plano Safra, programas de pesquisa e extensão rural ampliam a adoção de práticas sustentáveis. Parcerias com universidades e centros de pesquisa garantem avanços em biotecnologia, recuperando áreas degradadas e reduzindo o uso de recursos hídricos.
Cidades do Centro-Oeste e do Mato Grosso consolidam-se como polos de inovação, atraindo startups e investimentos em agritech, reforçando a vocação agrícola nacional.
Apesar dos resultados, o setor enfrenta custos de produção elevados e pressões ambientais, além de riscos climáticos persistentes e flutuação de preços internacionais.
Para manter a competitividade, produtores investem em manejo sustentável, certificações socioambientais e diversificação de culturas, equilibrando produtividade e conservação.
O horizonte aponta para maior digitalização, com drones, sensores e plataformas de análise de dados integrando cadeias produtivas. A diversificação em biocombustíveis, agroflorestas e economia circular ganha força, ampliando as fontes de renda.
O Brasil deve consolidar sua posição como líder global em alimentos, fibras e bioenergia, exigindo políticas de longo prazo que incentivem inovação, infraestrutura e responsabilidade socioambiental.
O agronegócio brasileiro demonstra, em 2025, seu maior peso na economia nacional dos últimos 22 anos. Essa trajetória reflete esforços conjuntos de produtores, governo, pesquisadores e investidores.
Enfrentar desafios exigirá equilíbrio entre produtividade e sustentabilidade, além de visão estratégica para manter o setor como motor de crescimento e desenvolvimento social, consolidando o Brasil como protagonista no cenário global.
Referências