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Criptoativos: entenda os riscos e oportunidades

Criptoativos: entenda os riscos e oportunidades

26/06/2025 - 13:00
Felipe Moraes
Criptoativos: entenda os riscos e oportunidades

O universo dos criptoativos combina tecnologia e finanças de forma inovadora, mas traz desafios que exigem atenção.

Panorama regulatório dos criptoativos no Brasil

Com a sanção da Lei 14.478/22 sancionada em 2022, o Brasil deu um passo decisivo para criar um ambiente mais seguro e organizado.

A nova lei entrou em vigor em junho de 2023 e definiu diretrizes essenciais para prestadores de serviços de ativos virtuais (PSAVs). Agora, cabe ao Banco Central do Brasil regulamentar o mercado como principal órgão fiscalizador, enquanto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) supervisiona tokens que se encaixem na categoria de valores mobiliários.

Para operar legalmente, as empresas do setor devem obter autorização específica junto ao Banco Central, cumprindo requisitos rígidos de segurança cibernética e compliance. Além disso, foram estabelecidas medidas rígidas contra lavagem de dinheiro, exigindo relatórios de transações suspeitas e adoção de práticas KYC ("know your customer").

Atualmente, consultas públicas (CP 109/2024 e 110/2024) discutem ajustes graduais na regulamentação até 2026, contemplando temas como stablecoins, tokenização e proteção ao consumidor.

Números do mercado de criptoativos

Os dados recentes confirmam o crescimento expressivo do setor no Brasil e no mundo:

Esses números mostram tanto a dimensão atual quanto o potencial de expansão dos criptoativos no ambiente financeiro.

Oportunidades trazidas pelos criptoativos

Além de serem um novo veículo de investimento, os criptoativos promovem mudanças profundas no sistema financeiro:

  • Inclusão financeira sem intermediários: DeFi (finanças descentralizadas) permite oferecer empréstimos e pagamentos a quem não tem conta em banco tradicional.
  • Diversificação de portfólio com alto potencial: embora mais voláteis, criptomoedas podem valorizar acima de ativos tradicionais.
  • Tokenização de ativos reais: imóveis, obras de arte e commodities podem ser divididos em frações negociáveis em blockchain.
  • Estímulo ao investimento institucional: um marco regulatório claro atrai capital nacional e estrangeiro.
  • Rendimentos por staking e yield farming: mecanismos que recompensam quem participa da validação de redes ou oferece liquidez.

Com essas oportunidades, investidores e empresas podem explorar soluções inovadoras, desde modelos play-to-earn até projetos de NFTs com utilidade real.

Riscos envolvidos nos criptoativos

Para aproveitar o potencial do mercado, é fundamental entender e mitigar riscos:

  • Volatilidade extrema nos preços: oscilações diárias podem ultrapassar dezenas de porcento.
  • Casos de golpes e fraudes frequentes: esquemas Ponzi, pirâmides e phishing prosperam em plataformas pouco reguladas.
  • Risco de contraparte em exchanges: empresas não supervisionadas podem congelar saques ou desaparecer com ativos.
  • Ameaças de hackers e falhas técnicas: já causaram prejuízos bilionários em todo o mundo.
  • Uso para lavagem de dinheiro: anonimato favorece transações ilícitas, requerendo controles rigorosos.
  • Incerteza regulatória constante: mudanças na legislação podem impactar operações e valorizações.

Conhecer esses perigos ajuda a definir estratégias de proteção, como diversificação, uso de carteiras frias (cold wallets) e auditorias independentes de segurança.

Tendências e desafios do setor

O mercado de criptoativos não para de evoluir, trazendo novos temas e adaptações necessárias:

Até 2026, o processo regulatório seguirá em fase de implementação progressiva, centrado em

  • Regulações específicas para stablecoins regulamentados
  • Mecanismos de proteção ao consumidor digital
  • Integração entre finanças tradicionais e blockchain

Além disso, a educação de investidores e a capacitação de profissionais jurídicos e de TI serão determinantes para manter a segurança e a confiança no mercado.

Na prática, empresas e usuários devem acompanhar novas consultas públicas, adotar padrões internacionais de segurança e buscar parcerias com especialistas em compliance e auditoria.

Ao analisar o cenário atual, é possível perceber que a combinação de regulação sólida, inovação tecnológica e prudência financeira oferecerá um ambiente mais maduro e atrativo para quem deseja explorar as oportunidades dos criptoativos.

Com informação de qualidade e estratégias bem definidas, cada investidor ou empreendedor pode posicionar-se de forma consciente e colher benefícios a longo prazo, contribuindo para o desenvolvimento de um sistema financeiro mais inclusivo e dinâmico.

Felipe Moraes

Sobre o Autor: Felipe Moraes

Felipe Moraes, 36 anos, é colunista no inteligentes.org, especializado em planejamento financeiro, crédito pessoal e estratégias de investimentos acessíveis.