Em 2025, a das principais potências econômicas globais enfrenta um novo desafio: a desaceleração de sua máquina produtiva. Após anos de expansões rápidas, o governo de Pequim tem metas ambiciosas, mas as pressões domésticas e externas testam a resiliência do gigante asiático.
Os números mais recentes indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá entre 4,3% e 4,5% neste ano, abaixo dos índices observados em 2024, quando o país registrou cerca de 4,9% a 5% de expansão. Esse movimento, embora ainda seja considerado robusto por padrões internacionais, sinaliza ritmo de crescimento mais contido e tende a impactar fortemente o mercado de commodities.
O governo chinês estabeleceu para 2025 a meta de alcançar um crescimento próximo a 5%. No entanto, sob o impacto de diversos fatores adversos, a maior parte dos analistas aponta para uma realidade menos otimista.
Em 2024, as exportações haviam dado um fôlego extra, mas o recrudescimento da guerra comercial com os Estados Unidos e a incerteza global reduz a confiança de investidores e consumidores. A atividade manufatureira já dá sinais de desaquecimento, e o setor imobiliário—motor tradicional de investimentos—mostra retração moderada.
A contração econômica tem raízes múltiplas, revelando tanto choques externos como desafios internos. Entre os fatores mais relevantes, destacam-se:
Em resposta à queda de sua tradicional engrenagem exportadora, Pequim aposta em reformas para estimular a demanda interna. O objetivo é conduzir uma transição para uma economia baseada no consumo, reduzindo a dependência das exportações e dos investimentos em infraestrutura.
Entre as medidas previstas, estão o fortalecimento da rede de seguridade social, ampliação de programas de previdência e incentivos fiscais direcionados ao consumo de bens duráveis e serviços. Com isso, o governo busca criar um grande mercado consumidor interno capaz de sustentar o crescimento mesmo em cenários externos adversos.
Como maior consumidor global de matérias-primas, a desaceleração chinesa reverbera em todo o mercado internacional. A redução da produção industrial e a contenção de novos projetos de infraestrutura diminuem a demanda por metais, carvão e petróleo.
Os principais itens afetados incluem ferro, cobre, alumínio e óleo cru, cujos preços despencaram nos últimos meses. As economias exportadoras dessas commodities — especialmente na América Latina, África e Austrália — já sentem os efeitos da menor procura e dos estoques elevados.
Além dos preços mais baixos, a volatilidade aumenta, exigindo estratégias mais cautelosas de produtores e investidores. A perspectiva de estoques elevados e de possível estímulo fiscal em Pequim cria um ambiente de incerteza que requer monitoramento constante.
Para evitar um abalo mais profundo, as autoridades chinesas preparam pacotes de medidas emergenciais de estímulo fiscal e monetário. Entre as ações previstas:
Especialistas estimam que esses incentivos podem conter a desaceleração e salvar parte da demanda por commodities, mas não eliminarão totalmente as pressões de longo prazo associadas à mudança de modelo econômico.
Diante desse cenário complexo, produtores, traders e investidores em commodities devem adotar políticas mais diversificadas e resilientes. Algumas recomendações são:
Adotando esses passos, as empresas podem transformar riscos em oportunidades, ajustando portfólios e capturando ganhos em nichos menos afetados pela desaceleração.
A desaceleração da China em 2025 representa um divisor de águas para o mercado global de commodities. Se por um lado expõe fragilidades de um modelo baseado em infraestrutura e manufatura, por outro abre espaço para inovações e para o fortalecimento do consumo interno.
Compreender a dinâmica desse processo e antecipar cenários alternativos é fundamental para que empresários, investidores e governos possam reagir de forma proativa. Em um mundo interconectado, a capacidade de adaptação e a busca por soluções criativas serão decisivas para enfrentar o novo ciclo econômico.
Referências