Nos últimos anos, a volatilidade no câmbio tem mexido diretamente com o dia a dia de consumidores e empresas brasileiras. Entender esses movimentos é essencial para planejar compras, investimentos e operações internacionais.
Em 2024, o dólar apresentou variação de aproximadamente 27% de alta em relação ao real, encerrando o ano em R$6,2672[2]. No primeiro trimestre de 2025, houve uma leve correção de 7,65%, mas as projeções indicam novo patamar em torno de R$6 no fim do ano[6].
Esse cenário reflete uma combinação de fatores internos e externos, como taxas de juros, déficits fiscais, tensões geopolíticas e as alterações na cadeia de suprimentos global. A alta volatilidade mantém empresas em alerta e consumidores atentos a preços.
A oscilação cambial repercute de maneira distinta em cada lado da balança comercial. A seguir, detalhamos os efeitos principais:
Com o câmbio mais caro, ocorre a explosão dos custos de insumos importados. Máquinas, equipamentos, componentes eletrônicos e partes de veículos sofrem aumento de preço, pressionando a indústria nacional.
Além disso, produtos finais importados, como eletrônicos de consumo, remédios e veículos, ficam significativamente mais caros para o público interno. Isso amplia a pressão sobre a inflação e reduz o poder de compra das famílias.
Do lado das vendas ao exterior, a situação é inversa. O exportador recebe mais reais por cada dólar convertido, fortalecendo as receitas em moeda local. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta um superávit comercial recorde em 2025 de US$93,048 bilhões, um salto de 23,7% em relação a 2024.
Com vendas previstas de US$358,828 bilhões, o agronegócio e a exportação de commodities permanecem em destaque, principalmente para mercados asiáticos como China e Índia.
Para o cidadão comum, a alta do dólar reflete-se em diversos produtos e serviços:
Esse movimento cria uma cascata de efeitos no poder de compra, elevando a inflação e potencialmente freando o consumo interno, com reflexos no crescimento econômico e no mercado de trabalho.
Em maio de 2025, o governo aumentou a alíquota do IOF para 3,5% em operações de câmbio de curto prazo[5]. Essa medida encarece transferências, empréstimos externos e aquisições de moeda estrangeira, gerando um custo extra nas operações de financiamento externo.
Empresas que dependem de crédito em dólar para importar máquinas ou financiar estoques sentem o impacto direto no caixa e na competitividade.
Para mitigar riscos, organizações devem considerar:
Com planejamento, é possível transformar a volatilidade em oportunidade de ganho competitivo e ampliar a resiliência diante de flutuações cambiais.
O fechamento do Acordo Mercosul-União Europeia no final de 2024 abre portas para redução de tarifas e aumento do fluxo comercial. Outros pactos bilaterais também avançam, buscando diversificar destinos para produtos brasileiros.
Essas iniciativas podem suavizar os efeitos adversos do câmbio ao ampliar mercados e reduzir barreiras, mas dependem de estabilidade política e compromissos mútuos.
Além da oscilação cambial, empresas e consumidores enfrentam:
• Instabilidade geopolítica, que pode gerar picos de volatilidade
• Eventos climáticos extremos afetando safras e logística portuária
• Alterações repentinas em políticas de importação e exportação
Esses fatores podem agravar o impacto no bolso do brasileiro e na dinâmica do comércio exterior.
Entender essas dinâmicas e adotar práticas de gestão de risco é essencial para proteger seu orçamento e manter a saúde financeira de empresas e famílias em 2025.
Referências