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Bitcoins e criptomoedas: entenda o básico antes de investir

Bitcoins e criptomoedas: entenda o básico antes de investir

25/07/2025 - 18:42
Felipe Moraes
Bitcoins e criptomoedas: entenda o básico antes de investir

Nos últimos anos, o universo das criptomoedas chamou a atenção de investidores do mundo inteiro, despertando curiosidade e desejo de participação nesse mercado em constante evolução.

Este artigo oferece uma visão detalhada dos conceitos, vantagens, riscos e recomendações essenciais para quem deseja dar os primeiros passos nesse cenário inovador e altamente dinâmico.

Definição de Bitcoin e criptomoedas

O Bitcoin, criado em 2009 por Satoshi Nakamoto, é considerado a primeira criptomoeda digital do mundo. Desde então, milhares de outras moedas digitais surgiram, todas baseadas em criptografia avançada para validar e proteger transações feitas diretamente entre usuários.

O termo criptomoeda se refere a qualquer forma de dinheiro que exista apenas no meio digital, sem suporte físico, e dependa de técnicas de criptografia para controlar a criação de unidades e a verificação de transferências. Essas moedas são totalmente descentralizadas e independentes de autoridades, o que atrai entusiastas em busca de autonomia financeira e inovação tecnológica.

Como funcionam Bitcoin e as criptomoedas

A espinha dorsal de quase todas as criptomoedas é a tecnologia blockchain: um livro-caixa público que armazena cada operação de forma distribuída. Cada bloco contém um conjunto de transações e é protegido por funções criptográficas que garantem a sua integridade e autenticidade.

Quando novas transações são propostas, elas são agrupadas em blocos, competindo em um desafio matemático que, ao ser resolvido, valida o bloco para a rede. O ato de encontrar essa solução se chama mineração, um mecanismo essencial para o processo de mineração seguro e descentralizado e para a emissão de unidades recém-criadas.

Qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode criar uma conta em uma exchange, configurar uma carteira digital (wallet) e começar a enviar e receber criptomoedas sem depender de intermediários tradicionais. Isso torna o acesso ao sistema financeiro global mais democrático e transações sem intermediários governamentais ou privados.

Principais diferenças entre Bitcoin, altcoins e CBDCs

Embora o Bitcoin seja a criptomoeda mais conhecida, há diversas alternativas que buscam melhorar características específicas ou atender a novos casos de uso. Paralelamente, governos estudam e lançam moedas digitais próprias, conhecidas como CBDCs (Central Bank Digital Currencies).

  • Bitcoin e altcoins: são moedas totalmente descentralizadas, com emissão limitada ou predefinida, cujo valor é determinado pelo mercado.
  • CBDCs: representam versões digitais de moedas oficiais, emitidas e reguladas por bancos centrais, seguindo políticas monetárias governamentais.

Cada categoria tem vantagens e desvantagens próprias. Enquanto as criptomoedas descentralizadas visam regulação mínima e liberdade financeira, as CBDCs buscam oferecer estabilidade e controle estatal sobre a oferta monetária.

Principais criptomoedas além do Bitcoin

Além do Bitcoin, existem diversos projetos que se destacam no ecossistema blockchain. Ethereum (ETH) é notória por seus contratos inteligentes, permitindo a criação de aplicativos descentralizados e novos tokens. Outras moedas populares incluem Litecoin, que foca em transações mais rápidas, e Mastercoin, entre centenas de iniciativas que exploram diferentes soluções técnicas e econômicas.

Unidades e frações do Bitcoin

Para facilitar pequenas transações, o Bitcoin pode ser dividido em unidades menores:

Essas subdivisões tornam o uso do Bitcoin mais prático em pagamentos de valores reduzidos, evitando a necessidade de trabalhar apenas com uma unidade inteira.

Vantagens do uso e investimento em criptomoedas

  • Pura descentralização sem intermediários financeiros: sem depender de instituições financeiras ou governos.
  • Transações internacionais extremamente rápidas e econômicas e, em muitos casos, com taxas inferiores aos bancos tradicionais.
  • Transparência pública e segurança criptográfica garantidas pela natureza pública e imutável da blockchain.

Além disso, esse mercado oferece oportunidades de inovação, como finanças descentralizadas (DeFi), tokens não fungíveis (NFTs) e aplicações que transformam setores como arte, jogos e logística.

Riscos e volatilidade

O valor das criptomoedas pode oscilar de forma intensa em períodos curtos, refletindo a alto grau de especulação e volatilidade inerente a esse mercado. Fatores como notícias regulatórias, adoção institucional e eventos macroeconômicos impactam diretamente os preços.

Não há mecanismos de garantia semelhantes aos de contas bancárias tradicionais: se um usuário perder acesso à sua carteira ou tiver suas chaves comprometidas, não existe como recuperar os fundos. Por isso, é fundamental compreender que se trata de um investimento sem proteção estatal.

Como investir e armazenar criptomoedas

Para começar a investir, o primeiro passo é escolher uma exchange confiável, registrar-se e passar pelo processo de verificação de identidade. As corretoras atuam como intermediárias, permitindo comprar, vender e trocar ativos de forma simples.

Após a compra, as criptomoedas podem ser mantidas em carteiras quentes (online) ou frias (offline). Carteiras frias oferecem maior segurança contra ataques virtuais, enquanto carteiras quentes são mais práticas para transações frequentes. É essencial adotar as melhores práticas de segurança digital pessoal, como autenticação de dois fatores e armazenamento protegido das chaves privadas.

Regulamentação no Brasil

No Brasil, as criptomoedas não são reconhecidas como moeda oficial, mas seu comércio e posse são permitidos. Investidores devem declarar operações à Receita Federal, considerando ganhos ou perdas de capital em suas declarações anuais de imposto de renda.

O mercado regulatório ainda está em desenvolvimento, com discussões sobre projetos de lei que visam criar padrões de compliance e maior proteção para usuários e investidores.

Curiosidades e números relevantes

Desde sua criação, o Bitcoin saltou de centavos a mais de US$ 60.000, demonstrando uma valorização histórica. Com um limite máximo de emissão de bitcoins fixado em 21 milhões, a escassez programada é um dos pilares de sua proposta de valor.

Estima-se que milhões de usuários em todo o mundo utilizem criptomoedas para diversos fins: investimentos, pagamentos internacionais, remessas e até novos modelos de negócios baseados em tokenização.

Recomendações para investidores iniciantes

  • Estude a tecnologia blockchain e entenda o funcionamento dos ativos.
  • Nunca invista valores essenciais ao seu sustento.
  • Diversifique seus investimentos em diferentes criptomoedas e classes de ativos.
  • Aplique medidas rigorosas de segurança digital para proteger suas carteiras e informações.

Ao adotar uma abordagem informada e cautelosa, é possível aproveitar as oportunidades oferecidas por esse mercado inovador sem assumir riscos desnecessários.

Compreender os fundamentos de Bitcoins e criptomoedas é o primeiro passo para navegar com confiança nesse cenário. A combinação de autonomia financeira, tecnologia de ponta e potencial de retorno faz dessa jornada uma experiência única, desde que conduzida com responsabilidade e conhecimento.

Felipe Moraes

Sobre o Autor: Felipe Moraes

Felipe Moraes, 36 anos, é colunista no inteligentes.org, especializado em planejamento financeiro, crédito pessoal e estratégias de investimentos acessíveis.