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Ações defensivas têm seu valor em tempos incertos

Ações defensivas têm seu valor em tempos incertos

11/06/2025 - 12:15
Fabio Henrique
Ações defensivas têm seu valor em tempos incertos

Em um cenário de juros globais elevados e incertezas fiscais, investidores buscam alternativas para preservar capital. O Ibovespa recuou cerca de 10% em 2024, aumentando o apetite por proteção.

O ano de 2025 traz desafios externos, como medidas tarifárias entre EUA, União Europeia e China, que podem reduzir o PIB global em 0,5%. No Brasil, riscos fiscais reforçam a necessidade de estratégias de defesa.

O que são ações defensivas?

Ações defensivas são papéis de empresas que oferecem receitas previsíveis e fluxo de caixa estável. Em geral, elas mantêm desempenho adequado mesmo em crises.

Seus atributos incluem:

  • Alto pagamento de dividendos;
  • Baixo beta, menos sensibilidade à volatilidade;
  • Exposição a setores essenciais;
  • Proteção de carteira a longo prazo.

Elas se beneficiam quando há compressão do juro real, pois os fluxos de dividendos passam a valer mais com juros reduzidos em termos reais.

Por que investir em 2025?

Em 2025, a combinação entre juros elevados e dólar forte altera a dinâmica do mercado. Empresas exportadoras e utilities ganham destaque.

A tendência de compressão dos juros reais torna os dividendos mais atraentes, e setores com receita dolarizada, como papel e celulose, se valorizam com a alta cambial.

Além disso, novos segmentos defensivos emergem, impulsionados pela bioeconomia e tecnologia verde, abrindo oportunidades fora dos setores clássicos.

Setores típicos e exemplos práticos

Os setores mais recorrentes em carteiras defensivas incluem energia elétrica, saneamento, telecomunicações, infraestrutura, alimentos e bebidas.

Outros exemplos incluem Suzano, Ambev, Raia Drogasil e BB Seguridade, que apresentam alto nível de proteção em cenários adversos.

Carteiras recomendadas e tendências

Corretores e bancos ajustam suas carteiras defensivas para refletir riscos atuais e valuation atrativo.

Principais recomendações para junho/2025:

  • Clear: retirou Caixa Seguridade; incluiu Klabin pela menor exposição ao risco sistêmico.
  • Clear (março/2025): AURE3, BBSE3, CXSE3, SUZB3, JBSS3, ABEV3, KEPL3.
  • JPMorgan: Embraer, São Martinho, Banco do Brasil, Rumo, Eletrobras.

Carteiras defensivas superaram o Ibovespa em até 198% no ano, segundo dados da Clear.

Dicas para compor uma carteira equilibrada

  • Combine setores clássicos com novos segmentos defensivos;
  • Avalie dividend yield e valuation antes de comprar;
  • Monitore riscos cambiais em exportadoras;
  • Rebalanceie periodicamente para controlar volatilidade;
  • Considere fundos setoriais para diversificação adicional.

Perspectivas e considerações finais

Para 2025, espera-se valorização das ações defensivas com a queda gradual dos juros reais. O dólar alto continuará favorecendo exportadoras e utilities com receitas dolarizadas.

Especialistas ressaltam que setores defensivos tendem a se expandir para áreas como bioeconomia e tecnologia verde, criando novas oportunidades de proteção de capital.

Filipe Villegas, da Genial Investimentos, destaca que empresas defensivas podem estar em ponto de compra após períodos de aversão ao risco. Max Bohm, da Nomos, reforça a importância de bancos e seguradoras em cenários de juros e dólar altos.

Em tempos de incerteza, investir em ações defensivas pode ser a chave para preservação de patrimônio e crescimento sustentável. Com análise criteriosa e rebalanceamento, esse segmento oferece estabilidade e retorno consistente.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fábio Henrique, 32 anos, é redator no inteligentes.org, especializado em finanças pessoais e crédito.