O Brasil se destaca por avanços tecnológicos que transformaram o setor financeiro, mas sem uma regulação eficaz, inovação e segurança podem ficar em conflito. Entender esse equilíbrio é essencial para investidores e gestores.
Nas últimas décadas, o ambiente financeiro brasileiro evoluiu rapidamente com inovações como o PIX e o SPB, colocando o país em posição de liderança global. Essas soluções digitais facilitaram pagamentos instantâneos e movimentações de grandes volumes em segundos.
Por outro lado, esse ritmo acelerado exige regras claras. O Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BC) desempenham papel crucial na manutenção de um ambiente competitivo e na atualização constante das normas que regem bancos, fintechs e plataformas emergentes.
Em um cenário de digitalização intensa, a regulação visa três grandes objetivos interligados:
Esses fundamentos são base para ajustar o perímetro regulatório conforme a migração de liquidez e crédito ocorre fora do sistema bancário tradicional.
Para cumprir seus objetivos, o BC e a CVM contam com ferramentas específicas:
Além disso, há uma divisão clara de atribuições: o BC foca em operações de pagamento, liquidez e solidez, enquanto a CVM regula fundos, ativos digitais e oferta pública de valores mobiliários.
O Brasil enfrenta histórico de alto risco regulatório, o que encarece o capital e impede investimentos em infraestrutura. A instabilidade e imprevisibilidade afasta investidores de longo prazo.
Para reverter esse cenário, é vital fortalecer a governança institucional e promover maior transparência nos processos de criação de regras.
Quando bem calibrada, a regulação:
Contudo, excesso de rigidez pode inibir inovação, enquanto lacunas regulatórias permitem riscos exagerados, como ocorreu com o rápido crescimento do crédito não bancário sem supervisão adequada.
O novo marco legal dos criptoativos (Lei 14.478/2022 e Resolução CVM 175/2022) definiu responsabilidades claras. O BC supervisiona prestadores de serviços, enquanto a CVM regulamenta fundos que alocam ativos virtuais.
Essas normas trouxeram desafios, como atender a exigências de segurança, liquidez e transparência para inclusão de criptoativos em portfólios regulamentados, mas também criaram oportunidades para gestoras aperfeiçoarem suas práticas de governança.
A agenda regulatória para 2025/2026 foca em:
• Adequação a padrões internacionais, como as diretrizes do Banco de Compensações Internacionais.
• Expansão do perímetro regulatório para cobrir interoperabilidade, open banking e outras infraestruturas emergentes.
• Harmonização entre BC, CVM e outros órgãos, evitando lacunas e duplicidades.
Com a intensificação da regulação bancária pós-2008, fintechs e NBFIs ganharam espaço, respondendo por parcela crescente da oferta de crédito. O PIX, por exemplo, já movimenta trilhões de reais por ano.
Esses dados evidenciam como a regulação inovadora pode impulsionar inclusão financeira e dinamizar investimentos quando bem estruturada.
Uma regulação moderna deve unir proteção ao investidor, adaptação tecnológica e estímulo à concorrência, garantindo ao mesmo tempo solidez do sistema financeiro.
Para que o Brasil continue atraindo investimentos privados e sustentando seu desenvolvimento econômico, é essencial aprimorar processos regulatórios, reduzir burocracias e fortalecer a governança institucional.
Referências